SURDEZ E EDUCAÇÃO SUPERIOR

contribuições da tecnologia para o bilinguismo nas universidades

Autores/as

  • Isabela Marinho Menezes Universidade de Brasília (UNB)
  • Paula Aparecida Diniz Gomides Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Valquíria Ferreira Ribeiro Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)

Palabras clave:

libras, educação de surdos, bilinguismo, educação e tecnologia

Resumen

A educação de surdos tem sido um tema presente em diversos nichos de discussão pública, sobretudo em razão das leis que reconhecem a Libras como a língua da comunidade surda e determinam o bilinguismo na Educação Básica e Superior. Apesar dos avanços legislativos, é notável a necessidade de maior articulação, sobretudo no que tange à inclusão de estudantes surdos no Ensino Superior, trajetória marcada pela exclusão em etapas posteriores. Por sua vez, as tecnologias têm sido cada vez mais utilizadas no contexto educacional, favorecendo a oferta de um ensino mais dinâmico, interativo e integrador, a partir do uso de diferentes linguagens. Partindo deste pressuposto, debatemos a inclusão da comunidade surda no Ensino Superior a partir da utilização de recursos tecnológicos, ressaltando que estes são excluídos do interior, a partir de uma concepção histórica de dominação e subordinação. Questionamos: podemos construir universidades bilíngues a partir da articulação entre a educação de surdos e as tecnologias? Realizamos uma investigação de cunho qualitativo, pautada no levantamento das contribuições de autores que abordam a educação de surdos sob o ponto de vista cultural (STROBEL, 2009; STUMPF, 2010; COSTA; SANTOS, 2018; CRUZ; ALVES; NUNES, 2020; ALVES; GOMES, 2020). Além disso, abordamos a noção de excluídos do interior proposta por Bourdieu e Champagne (2001), tendo em vista a histórica exclusão social da comunidade surda. A resposta a essa questão é positiva. Contudo, as universidades bilíngues apenas são construídas a partir do esforço coletivo pela utilização das tecnologias a partir da bandeira da inclusão, sob o ponto de vista multicultural.

Biografía del autor/a

Isabela Marinho Menezes, Universidade de Brasília (UNB)

Mestra em Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal do Mato Grosso do Sul, campus Campo Grande, especialista em Língua Brasileira de Sinais (Libras), pela Faculdade Campos Elíseos, Atendimento Educacional Especializado (AEE), Docência do Ensino Superior e Tutoria de Educação a Distância, Tradução e Interpretação da Língua Brasileira de Sinais pela Faculdade Batista de Minas Gerais, licenciada em Matemática pela Universidade Estadual Paulista ?Júlio de Mesquita Filho? (UNESP- campus Presidente Prudente) e licenciando Letras/Libras com ênfase em Português pela Faculdade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Efetiva no cargo de Tradutora e Intérprete de Libras pelo Instituto Federal de São Paulo, campus Presidente Epitácio, mas atualmente está requisitada para o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, na função de Chefe de Divisão de Diárias e Passagens na Coordenação de Geral de Logística da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração, ligado à Secretaria Executiva, sendo Fiscal Administrativa dos contratos de Acessibilidade do Ministério. Desenvolve estudos sobre o ensino de função polinomial de primeiro grau para alunos surdos. Tem experiência em sala de aula como Professora de Matemática e como Tradutora e Intérprete de Libras Educacional para o ensino fundamental II, ensino médio, educação de jovens e adultos e cursos subsequentes.

Paula Aparecida Diniz Gomides, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Licenciada em Pedagogia (Libras-Língua Portuguesa) pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), Mestra em Educação pela Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) e doutoranda em Educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Meus principais interesses de estudo situam-se no âmbito dos Letramentos Acadêmicos, mais especificamente, nas experiências de estudantes estrangeiros e/ou trajetórias de docentes vinculados a programas de Pós-Graduação Internacionalizados, em meio às práticas de letramento acadêmico que podem ser percebidas no ensino superior, bem como, as relações de poder existentes neste campo. Pesquisadora vinculada ao Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita - Ceale da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e ao Grupo de Pesquisa em Alfabetização, Linguagem e Decolonialidade, da Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ. Atualmente trabalho com as questões pertinentes às demandas estabelecidas à programas de pós-graduação como uma política de inserção internacional e seu impacto nas práticas de leitura e escrita dos principais atores destes processos e/ou educação de surdos no Brasil sob a perspectiva do ensino bilíngue (Português - LIBRAS).

Valquíria Ferreira Ribeiro, Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES)

Possui Licenciatura em Letras - Libras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (2019). Atualmente é professora de Libras no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). É pesquisadora na área da Educação de Surdos, aquisição de Libras como língua materna e educação a partir da Literatura Surda. Certificada em Proficiência no uso e no Ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras pelo PROLIBRAS (2009).Especialização em Interculturalidade e Descolonização na Eduação de Surdos.(2022)

Citas

ALVES, J.F.; GOMES, J.S. Educação de pessoas surdas em tempos de pandemia: linguagem e relações de poder. Revista Interinstitucional Artes de Educar. Rio de Janeiro, 6 (especial), p. 325 – 338. 2020. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/riae/article/view/51903. Acesso em: 17 jun. 2023.

BOURDIEU, P.; CHAMPAGNE, P. Os excluídos do interior. In.: BOURDIEU, P. (coord.). A miséria do mundo. Trad. M. S. S. Azevedo et al. 4. ed. Petrópolis: Vozes, p. 481-486, 2001.

BRASIL. Lei n. 10.436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 17 jun. 2023.

BRASIL. Lei n. 14.191 de 3 de agosto de 2021. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para dispor sobre a modalidade de educação bilíngue de surdos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14191.htm#art2. Acesso em: 17 jun. 2023.

BRASIL. Censo da Educação Superior 2021. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2021/apresentacao_censo_da_educacao_superior_2021.pdf. Acesso em: 17 jun. 2023.

COSTA, L; da; SANTOS, L. F. dos. Adaptação de materiais/recursos na educação de surdos: uma revisão bibliográfica. Comunicações Piracicaba v. 25 n. 3 p. 293-320. 2018. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/comunicacoes/article/view/3769/2247. Acesso em: 17 jun. 2023.

CRUZ, M. V. da; ALVES, M. D. S.; NUNES, E. P. Tecnologia na educação de surdos: um avanço no processo de ensino aprendizagem. Revista Humanas et al. Paço do Lumiar, MA: IESF, v. 9, n. 14, p. 146-161. 2020. Disponível em: https://iesfma.com.br/wp-content/uploads/2023/05/REVISTA-IESF-14a-Edicao.pdf#page=147. Acesso em: 17 jun. 2023.

LOCOMOTIVA PESQUISA & ESTRATÉGIA. Raio X da surdez no Brasil: prévia da pesquisa. 2019.

STROBEL, K. História da educação de surdos. Universidade Federal de Santa Catarina, Licenciatura e Bacharelado em Letras-Libras na Modalidade a Distância. Florianópolis. 2009.

STUMPF, M. R. Educação de surdos e novas tecnologias. Universidade Federal de Santa Catarina, Licenciatura e Bacharelado em Letras-Libras na Modalidade a Distância. Florianópolis. 2010.

Publicado

2023-11-24

Cómo citar

MENEZES, I. M.; GOMIDES, P. A. D.; RIBEIRO, V. F. SURDEZ E EDUCAÇÃO SUPERIOR: contribuições da tecnologia para o bilinguismo nas universidades. Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, [S. l.], v. 11, n. 1, 2023. Disponível em: https://ciltec.textolivre.pro.br/index.php/CILTecOnline/article/view/1112. Acesso em: 30 sep. 2024.

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