AS AUTORIAS QUEER NA CIBERCULTURA
Palabras clave:
queer, LGBTQI , cibercultura, ciberespaço, narrativas, autoriaResumen
O presente trabalho busca analisar como as autorias e narrativas de existência e luta da comunidade LGBTQI+ estão sendo construídas nas redes, compreendendo esse movimento como um fenômeno da cibercultura, entendendo essas ações como uma manifestação política, social e científica na cultura digital. Baseando-se nas transformações da cultura de acesso a virtualidade, torna-se possível acerca dos impactos sociais compreender o quanto estar conectado tornou-se uma forma de evidenciar papéis sociais. Trata-se de um estudo em que ao analisar o ciberespaço percebe-se a existência de potentes vozes digitais, muitas vezes silenciadas pela cultura heteronormativa e machista. Neste espaço e lugar de fala, as pessoas, em suas formas, cores, narrativas e sons performatizam a vida e suas experiências, a vista que o ciberespaço necessita ser habitado, explorado, vivenciado, investigado e acima de tudo compreendido. Visando compreender que a autoria da comunidade LGBTQI+ é um importante fenômeno da cibercultura, mapeando um percurso que se constrói através das narrativas de vida e ao mesmo tempo da necessidade de se fazer pertencer a um espaço complexo e excludente denominado sociedade, este estudo se perfaz nas problemáticas e ocultações dos discursos de gênero presentes nas mais variadas interfaces digitais disponível no ciberespaço. Para além da compreensão da autoria em rede, Santos (2019) defini cibercultura como a cultura contemporânea, na qual a comunicação, a produção e circulação em rede de informações e conhecimentos se dão na interface cidade-ciberespaço, emergindo assim novos arranjos espaçotemporais e, com eles, novas práticas educativas e de formação (SANTOS, 2019, p. 20).A cibercultura funciona como um abre alas para as autorias no digital, permitindo que os indivíduos possam performatizar nas mais diferentes direções, apresentando-se no palco da sua comunidade, abrindo espaço para novas ondas onlines e estabelecendo fortes conexões entre ser, viver e resistir. As pessoas LGBTQI+ representam e se apresentam na rede através do seu ativismo, das suas narrativas e da sua existência. Para Josso (2004) os objetivos das narrativas de vida são se constroem a partir do sujeito aprendente, aspectos centrais das histórias de vida e sua definição como metodologia de investigação e formação e o conjunto de experiências e propostas que atualizam estas abordagens na concepção de dispositivos de formação. A estas narrativas de vida, chamamos de autorias queer, também conhecidas como brados, falas, palavras, rumores, barulhos. Neste ciberespaço do “vogue”, a dança marcada por poses e caras e bocas é online, digital e virtual, pois se constitui como um movimento de reafirmação de identidade de gêneros e suas sexualidades. Portanto, ressaltamos que a autoria nasce a partir de uma autorização. Sabe-se que muitas pessoas LGBTQI+ carregam em suas bagagens, histórias que perpassam o abandono, a violência, a invisibilidade de seus corpos e notoriamente a exclusão de sua existência. Para além do local e lugar de fala, o corpo LGBTQI+ vive, se relaciona e se autoriza nos mais diversos espaços que possam permitir a sua forma. Na cibercultura esse corpo se digitaliza, navega, conecta, pluraliza, performatiza e empodera-se. Por mais vozes digitais e autorias LGBTQI+ ciberculturais.
Citas
JOSSO, Marie-Christine. Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004. 285 p.
SANTOS, Edméa. Pesquisa-formação na cibercultura / Edméa Santos. – Teresina: EDUFPI, 2019.
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