A INTERNET VAI ACABAR COM A PROFISSÃO DE JORNALISTA?

Autores

  • Leonardo Puglia Gramsci Society do Brasil - Martelo Marketing

Palavras-chave:

jornalismo, pandemia, profissão de jornalista, produção de conteúdos na internet

Resumo

Diante da queda contínua nas vendas, os veículos tradicionais de mídia impressa, rádio e TV seguem demitindo milhões de profissionais ao redor do mundo, uma vez que o aumento do faturamento dos seus braços digitais ainda não se mostrou capaz, na maioria dos casos, de compensar as perdas de receita. Isso não significa, todavia, que as pessoas estejam consumindo menos informação do que antes. Muito pelo contrário. Só que as fontes de produção e emissão de conteúdo se multiplicaram exponencialmente, dando origem a um ecossistema midiático muito mais pulverizado, onde as novas tecnologias digitais tornam possível que todo usuário se transforme num produtor em potencial de conteúdo capaz de atingir a maioria a população.
Assim, o eixo do poder comunicacional se desloca dos grandes grupos de mídia, especializados na produção, para plataformas digitais globais dedicadas ao armazenamento e distribuição de conteúdo multimídia gratuito produzido por milhões de usuários, tanto de caráter informativo quanto de entretenimento. É com base nisso que muitos continuam anunciando o fim da profissão de jornalista, mas será que essas vozes apocalípticas têm razão? Acreditamos que não. A demanda por informação é ainda maior hoje, só que o paradigma do mercado se inverteu: pela primeira vez na História passamos de um cenário de escassez para um quadro global de
excesso de informação, especialmente informação de baixa qualidade ou propositalmente falsa. E isso tem colocado sobre a mesa uma série de problemas sociais de grande magnitude. O que falta, na verdade, é consolidar novos modelos de negócio viáveis para o jornalismo profissional, ao mesmo tempo que se assimile, especialmente no âmbito acadêmico, uma nova concepção de trabalho – a do “profissional de conteúdo” -, que continua sendo alargada pelas demandas emergentes da economia digital. Nesse sentido, a pandemia do COVID-19 só veio a acelerar esse movimento histórico disruptivo, que é tema desta conferência em formato de podcast.
Vamos debater estas e outras questões a partir da fundamentação de dados estatísticos e de referências do campo de estudos da Comunicação e das Novas Tecnologias Digitais.

Biografia do Autor

Leonardo Puglia, Gramsci Society do Brasil - Martelo Marketing

Jornalista formado pela UERJ, pós-graduado em Gestão de Negócios (ESPM Rio), mestre e doutor em Ciências Sociais pela PUC-Rio. Como jornalista, trabalhou com rádio, impresso, ONG e crítica de cinema, além de ter atuado como produtor de TV no Canal GNT, redator no Globoesporte.com e analista de Marketing da Rede Telecine. Publicou o livro ‘O Cinema em Pernambuco’ (2016), além de artigos de opinião em veículos como a revista Le Monde Diplomatique Brasil e o Jornal do Commercio. É pesquisador associado à International Gramsci Society do Brasil, dedicando-se ao estudo das direitas brasileiras em perspectiva histórica, com ênfase nas relações entre internet e política. Também é sócio na agência Martelo Marketing

Downloads

Publicado

2021-11-24

Como Citar

PUGLIA, L. A INTERNET VAI ACABAR COM A PROFISSÃO DE JORNALISTA?. Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, [S. l.], v. 10, n. 1, 2021. Disponível em: https://ciltec.textolivre.pro.br/index.php/CILTecOnline/article/view/695. Acesso em: 30 set. 2024.