USOS DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA ESCOLAR POR JOVENS DE TERRITÓRIOS DE VULNERABILIDADE SOCIAL

Authors

  • Luís Henrique Sommer UFRGS
  • Luis Carlos Zuze Dhein Escola Municipal E. F. São João

Keywords:

informática educativa, escola Aberta, laboratório de informática

Abstract

Discute-se os modos como jovens se apropriam do espaço do laboratório de informática de uma escola pública, dentro de um programa governamental que privilegiava a abertura, aos finais de semana, de escolas sediadas em territórios de vulnerabilidade social. O corpus de análise da investigação que originou este trabalho foi produzido por meio de uma abordagem inspirada na etnografia, e envolveu observações das sessões, conversas, além de entrevista com o diretor da escola. O trabalho se sustenta, principalmente, em Bauman, Foucault e Viñao-Frago, desenvolvendo análises que apontam para: a) a regulação do laboratório de informática por meio da operação de tecnologias de poder próprias de nossas sociedades de segurança; b) as formas de sociabilidade instauradas pelos sujeitos, promovendo fluxos de vida e transformando o espaço escolar em lugar; c) o modo como as experiências de acesso à internet colocam os sujeitos em contato com novas formas de consumir e com novos produtos de consumo; d) a construção de novos significados para a escola, por meio de movimentos que vão lhes inscrevendo na perspectiva da flexibilização e dos fluxos; e) o entendimento de que a experiência no laboratório vai se constituindo como elemento do currículo cultural dos jovens da comunidade, afetando suas identidades sociais, conectando-os a novas práticas de caráter global, adentrando a lógica do glocal, entendido como uma forma de sintetizar este movimento contemporâneo que mixa o global com o local.

Author Biographies

Luís Henrique Sommer, UFRGS

Doutor em Educação (UFRGS). Professor adjunto da área de Sociologia da Educação

Departamento de Estudos Básicos,  Faculdade de Educação,  Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Luis Carlos Zuze Dhein, Escola Municipal E. F. São João

Discute-se os modos como jovens se apropriam do espaço do laboratório de informática de uma escola pública, dentro de um programa governamental que privilegiava a abertura, aos finais de semana, de escolas sediadas em territórios de vulnerabilidade social. O corpus de análise da investigação que originou este trabalho foi produzido por meio de uma abordagem inspirada na etnografia, e envolveu observações das sessões, conversas, além de entrevista com o diretor da escola. O trabalho se sustenta, principalmente, em Bauman, Foucault e Viñao-Frago, desenvolvendo análises que apontam para: a) a regulação do laboratório de informática por meio da operação de tecnologias de poder próprias de nossas sociedades de segurança; b) as formas de sociabilidade instauradas pelos sujeitos, promovendo fluxos de vida e transformando o espaço escolar em lugar; c) o modo como as experiências de acesso à internet colocam os sujeitos em contato com novas formas de consumir e com novos produtos de consumo; d) a construção de novos significados para a escola, por meio de movimentos que vão lhes inscrevendo na perspectiva da flexibilização e dos fluxos; e) o entendimento de que a experiência no laboratório vai se constituindo como elemento do currículo cultural dos jovens da comunidade, afetando suas identidades sociais, conectando-os a novas práticas de caráter global, adentrando a lógica do glocal, entendido como uma forma de sintetizar este movimento contemporâneo que mixa o global com o local.

References

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Published

2021-09-07

How to Cite

SOMMER, L. H. .; DHEIN, L. C. Z. . USOS DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA ESCOLAR POR JOVENS DE TERRITÓRIOS DE VULNERABILIDADE SOCIAL. Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, [S. l.], v. 9, n. 1, 2021. Disponível em: https://ciltec.textolivre.pro.br/index.php/CILTecOnline/article/view/823. Acesso em: 30 sep. 2024.