LIBERDADE ABSOLUTA É FALTA DE LIBERDADE

PRÁTICAS DO TEXTO LIVRE EM PROL DA CIÊNCIA CIDADÃ

Abstract

Liberdade sempre foi uma palavra ambígua, mote de poemas e revoluções com uma habilidade incrível para “mudar de lado”. A história recente do Brasil traz inúmeros exemplos disso: liberdade de expressão tem sido usada como argumento tanto para proteger direitos quanto para ignorá-los nas redes sociais. Mudaram os direitos? Não, mas entre a opressão e o caos existe uma enorme faixa de trânsito para o que significa ser livre. O Grupo Texto Livre, nascido em 2006, buscou na cultura imanente do Software Livre a  definição de liberdade: liberdade “para”: para usar, para reproduzir, para conhecer, para modificar, para respeitar… Para respeitar? E desde quando respeitar é um direito e não um dever? Desde sempre: todo direito pressupõe um dever, pois trata-se sempre de relações entre pessoas. Ao levar essa ideia para a sala de aula, o Texto Livre criou a metodologogia do risco, uma forma de dar aula na qual se criam comunidades em que essas liberdades definidas pela Cultura Livre nos tiram do lugar conhecido e confortável de ser professor e aluno para nos colocar no palco da internet, em um evento oficial da UFMG no qual todos estamos sempre aprendendo os papéis de acadêmicos em diferentes aspectos. A ciência cidadã é o mote para uma educação aberta de qualidade. O oposto disso é a liberdade sem sufixo, onde ter liberdade significa tirá-la de alguém.