ALGUMAS PERCEPÇÕES DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EM UMA COMUNIDADE DE FALA CAMPONESA

UMA BREVE OBSERVAÇÃO DE VIÉS SOCIOLINGUÍSTICO NA COMUNIDADE DO TATU

Autores

  • Neltinha Oliveira Oliveira dos Santos UFVJM
  • Carlos Henrique Silva Silva de Castro UFVJM

Palavras-chave:

comunidade do Tatu, homogeneidade, heterogeneidade, variação linguística, campo

Resumo

O presente artigo apresenta, de forma sucinta, questões teóricas que envolvem a homogeneidade e a heterogeneidade linguística, a fonética e a fonologia, variação diatópica e diastrática, abordando também, discussões que dão enfoque à influência de fatores externos que provocam reflexões a respeito da língua. A discussão é amparada na ótica da comunidade de fala que é defendida, principalmente, dentro da visão da sociolinguística laboviana. Willian Labov, desde a década de 1960, vinha criticando e apresentando um novo olhar a respeito da estrutura das línguas e os fenômenos da variação e da mudança linguística, comprovando a existência de fatores sociais que influenciam a língua. O artigo apresenta também, de forma breve, alguns dados de fala dos moradores da Comunidade do Tatu buscando explicar relações com as teorias gramaticais, por exemplo, o rotacismo do L pelo R e a queda do erre e do ele em fins de palavras. Discute, ainda, conflitos sociais e políticos que marcam historicamente a grande maioria das comunidades camponesas, revelando uma identidade linguística que é socialmente desprestigiada. O lugar (campo), a classe social (pobre) e a escolaridade (baixa), se somados, formam um conjunto de pessoas que é afetado pelo preconceito linguístico e pela desigualdade social.

Biografia do Autor

Neltinha Oliveira Oliveira dos Santos, UFVJM

Possuo graduação em Ciência da Computação pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC - conclusão no ano de 2011 e possuo graduação em Interdisciplinar em Educação do Campo pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM - conclusão no ano de 2019. Atualmente sou professora da Escola Família Agrícola de Veredinha atuando em sala de aula com as disciplinas de Língua Portuguesa/Literatura, Língua Inglesa e Arte e, estudante do Mestrado Profissional Interdisciplinar em Ciências Humanas na UFVJM com pesquisa proposta na linha de Linguagem e Cultura.

Carlos Henrique Silva Silva de Castro, UFVJM

Doutor em Linguística Aplicada (Linguagem e tecnologia) pela Universidade Federal de Minas Gerais. É mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local pelo Centro Universitário UNA (2009-2010). É especialista em Projetos Editoriais Impressos e Multimídia pelo Centro Universitário UNA (2007-2008) e em Design Instrucional pela Universidade Federal de Itajubá (2008-2009). É bacharel e licenciado em Letras/Português e suas literaturas pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000-2005). Atua na graduação e na pós-graduação pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) desde 2016. É pós-doutor pela UFMG com investigação sobre culturas de letramentos digitais no campo nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

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Publicado

2021-09-07

Como Citar

SANTOS, N. O. O. dos .; CASTRO, C. H. S. S. de . ALGUMAS PERCEPÇÕES DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EM UMA COMUNIDADE DE FALA CAMPONESA: UMA BREVE OBSERVAÇÃO DE VIÉS SOCIOLINGUÍSTICO NA COMUNIDADE DO TATU. Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, [S. l.], v. 9, n. 1, 2021. Disponível em: https://ciltec.textolivre.pro.br/index.php/CILTecOnline/article/view/826. Acesso em: 30 set. 2024.