ESTRATÉGIAS DE ADEQUAÇÃO ESTRUTURAL NO TWITTER

AJUSTES HIPERTEXTUAIS AO LIMITE DE 280 CARACTERES

Autores

  • Ana Claudia Oliveira Azevedo UESB
  • Márcia Helena de Melo Pereira UESB
  • Filipe Santos Guerra UESB

Palavras-chave:

adequação estrutural, hipertexto, limite de caracteres, tweet, twitter

Resumo

A comunicação humana, nos variados campos da atividade, dá-se sempre por meio de determinado gênero do discurso, caracterizado, segundo Bakhtin (2011), pelo seu conteúdo temático, estilo e construção composicional. Com base no postulado de que o advento e popularização da internet causaram o surgimento de novos gêneros, considera-se, nesse artigo, o tweet como um gênero que emergiu e se popularizou nos últimos anos. Os tweets são compostos por conteúdo temático e estilo variáveis, que dependem do perfil do usuário que o escreve, e por uma estrutura que determina o limite de 280 caracteres. Considerando essa delimitação, o objetivo desse artigo é investigar as estratégias de (hiper)textualização utilizadas nos tweets para adequação ao limite de 280 caracteres imposto pelo Twitter. Para isso, foram examinados tweets de diferentes perfis, com propósitos comunicativos diversos, coletados por meio de capturas de tela. A análise dos tweets mostrou que alguns recursos usados para adequação ao limite de caracteres são a adição de link ao tweet, a divisão da informação em vários tweets — thread — e a incorporação de imagens contendo texto escrito. Dessa forma, concluímos que os usuários do Twitter dispõem de diferentes possibilidades de adequação de seu (hiper)texto aos 280 caracteres, graças aos recursos hipertextuais oferecidos pelo suporte.

Biografia do Autor

Ana Claudia Oliveira Azevedo, UESB

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Línguística (PPGLin) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, sob a orientação da Professora Doutora Márcia Helena de Melo Pereira. Licenciada em Letras Modernas (Português, Inglês e respectivas literaturas) pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB (2019). Tem experiência na área de Linguística Textual, com foco em gêneros discursivos, letramento acadêmico, dados processuais e hipertexto.

Márcia Helena de Melo Pereira, UESB

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas, onde também realizou o curso de mestrado em Linguística Aplicada. Atualmente, é professora titular do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e docente do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGLin-UESB), campus de Vitória da Conquista, atuando na área de Linguística de Texto. Desenvolve, atualmente, projeto de pesquisa sobre processo de construção de textos, gênese de textos, relação entre estilo individual e estilo de gênero, gêneros digitais, crítica genética, autoria e ensino de texto.

Filipe Santos Guerra, UESB

Mestrando em Linguística - com ênfase em Linguística de Texto - pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGLin) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB (2020-2022), sendo bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e atuando no projeto temático A Escrita do Texto como Processo. Graduado no curso de Licenciatura em Letras Vernáculas (Português e Respectivas Literaturas) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB (2019). Desenvolve pesquisa na área de Linguística de Texto, sendo membro e tendo sido bolsista de iniciação científica (IC - CNPq) do Grupo de Pesquisa em Estudos da Língua(gem). Dedica-se, principalmente, aos seguintes temas: gêneros do discurso, (hiper)texto, dialogismo, escrita de militância, discurso LGBTQIA+ e letramento digital. Tem experiência, também, em Linguística Aplicada, investigando a produção textual no ensino básico.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. Introdução e tradução de Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

BARTH, Pedro Afonso; FREITAS, Ernani César. Gênero ou suporte? O entrelaçamento de gêneros no Twitter. Revista (Con)Textos Linguísticos. Vitória, v. 9, n. 12, p. 8-26, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/index.php/contextoslinguisticos/article/view/8888. Acesso em 02 ago. 2020.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. A questão do suporte de gêneros textuais. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008, p. 173-186.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: definição e funcionalidade. In: BEZERRA, Maria Auxiliadora; DIONISIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel (Orgs). Gêneros Textuais & Ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

XAVIER, Antônio Carlos dos Santos. Leitura, texto e hipertexto. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos (orgs). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas e construção de sentido. São Paulo: Cortez, 2010, p. 207-220.

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Publicado

2021-09-07

Como Citar

AZEVEDO, A. C. O. .; PEREIRA, M. H. de M. .; GUERRA, F. S. . ESTRATÉGIAS DE ADEQUAÇÃO ESTRUTURAL NO TWITTER: AJUSTES HIPERTEXTUAIS AO LIMITE DE 280 CARACTERES. Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, [S. l.], v. 9, n. 1, 2021. Disponível em: https://ciltec.textolivre.pro.br/index.php/CILTecOnline/article/view/812. Acesso em: 30 set. 2024.